Mujō significa “impermanência” ou “transição”, e no Budismo é explicado como o desenvolvimento de existência e experiência da matéria, como um processo inexorável a sua deterioração. Desta forma, expressa a experiência do ciclo de vida, presente nos costumes japoneses de se relacionar com a vida e a natureza. Assim, o reflexo do mujō na impermanência da estética japonesa nos permite observar e dialogar com o desenvolvimento e conservação da arte e da cultura japonesa como um processo dual recíproco-opositivo: em que a mutação e, acima de tudo, a fluidez são necessárias, para que haja o desenvolvimento cultural e estético, na visão oriental. Logo, a impermanência de uma obra neste contexto, ganha diferentes formas para a preservação das belas artes e de refletir sobre a estética, como através do mono no aware (物の哀れ – consciência do todo), wabi sabi (詫び寂び – beleza imperfeita/simples/austera) e yūgen ( 幽玄 – a clareza/profundeza na escuridão/mistério).
Referências:
MARRA, Michael. Japanese Aesthetics: the construction of meaning. Philosophy East and West, Honolulu, v. 45, n. 3, p. 367-386, 1995,
WEERASINGHE, Jagath. The relevance of authenticity in conserving Buddhist heritage. In: Asian Buddhist Heritage: conserving the sacred. Seoul: International Forum on Conservation (ICCROM-CHA), 2013.
PARK, Bradley. Buddhism and japanese aesthetics. East Asian Studies (ExEAS) – teaching materials and resources.
PARKES, Graham e LOUGHNANE, Adam. Japanese aesthetics. The Stanford Encyclopedia of Philosophy. Winter, 2018.