Mono-ha (もの派 – escola das coisas) foi um movimento artístico japonês de duração entre o final dos anos 1960 e o início da década de 1970. O termo surgiu em torno de 1973 como uma denominação depreciativa, e seus artistas foram associados ao termo “Não-Arte” (非芸術 – Hi-Geijutsu). Refere-se a obras geralmente constituídas de arranjos não-objetivos, situacionais e efêmeros, de coisas naturais e industrializadas – como pedras, esponjas, placas de vidro, borracha, placas de aço, papel, madeira, água, terra, óleo, etc. Os artistas integrantes do Mono-ha procuraram restringir a dimensão da expressão artística individual ao se recusarem a criar, com o intuito de apresentar as coisas como elas são e não representativas de uma ideia do artista. O corpo do artista torna-se o mediador entre o feito e o não feito, entre os mundos interior e exterior, de situações que vão além da sua própria intenção. Embora o termo Mono-ha possa apontar uma ênfase na substancialidade das coisas, estavam mais interessados no que as inter-relações estabelecidas entre elas e o espaço poderiam sugerir ao observador através da percepção. Dentre os principais nomes associados ao movimento estão Koshimizu Susumu (1944-), Lee Ufan (1936-), Sekine Nobuo (1942-2019), Suga Kishio (1944-) e Takamatsu Jirō (1936-1998). A obra Phase – Mother Earth (Isō – Daichi), 1968, de Sekine Nobuo, é considerada a obra inaugural.
Referências:
LEE, Ufan. The Mono-ha: foreshadowings and premonitions. In: The art of encounter. Tradução: Stanley N. Anderson. London: Lisson Gallery e Serpentine Galleries. 2019.
MUNROE, Alexandra. The laws of situation: Mono-ha and beyond the sculptural paradigm. In: Japanese art after 1945: scream against the sky. New York: Harry N. Abrams Inc., 1994.
YOSHITAKE, Mika. What Is Mono-ha?. Review of japanese culture and society, Honolulu, vol. 25, p. 202–213, dez 2013.