Formado por dois ideogramas que significam respectivamente “barrar” (屏) e “vento” (風), byōbu (ou biombo, em português) é, literalmente, instrumento para tal função, como era na China no período Han (206 a.C. – 220 d.C.). Mais tarde, tornou-se elemento nobre e decorativo, símbolo de luxo e poder. O biombo mais antigo japonês data do século VIII, conservado em Shōsō-in, no templo Tōdai, em Nara. A popularidade de byōbu é constatada no período Muramachi (1336-1573), quando se produziu vários deles em suiboku-ga (水墨画 – pintura com tinta sumi), em preto e branco, bem como outros ricamente coloridos. Do período Azuchi-Momoyama (1573 – 1603) até Edo (1603 – 1868), muitos biombos foram realizados com a utilização de ouro, destinados a decorar palacetes ou rituais, como também era designado para presentear pessoas importantes de países estrangeiros. 

Destacam-se os biombos nanban (南蛮屏風 – biombo dos bárbaros do sul), que simbolizam o intercâmbio comercial e cultural entre Japão e Portugal com a chegada destes em 1543, muitos deles produzidos pelos artistas da escola Kanō. Alguns descreviam a saída dos portugueses de alguma região asiática e sua chegada no Japão, as naus, aos lusitanos acompanhados de serventes, intérpretes chineses e animais exóticos, bem como os curiosos japoneses. São atualmente conhecidos cerca de setenta biombos nanban, e muitos deles circularam pela Europa e México, podendo ser encontrados não só nos museus japoneses, mas também nos ocidentais.

Referências:

CURVELO, Alexandra. Nanban Folding Screen Masterpieces: Japan-Portugal XVIIIth Century. Paris: Chandeigne, 2015.

MENDES PINTO, Maria Helena. Biombos: Namban Screens. Lisboa: Museu Nacional de Arte Antiga, 1986. 

CURVELO, Alexandra. Nanban Folding Screens: Between knowledge and power.