Na origem, as áreas-de-prazeres oficiais kuruwa (曲輪 – “área circundada”) são refinadas e seguem, como tudo o indica, modelos da arte do amor (koi 恋) da nobreza do período Heian (794 – 1185), quando a região de Kyoto ainda domina culturalmente.

Nas primeiras décadas de Shimabara (Kyoto), Shinmachi (Osaka) e Yoshiwara (Edo), nota-se que os frequentadores não pertencem à categoria dos comerciantes ou pequenos senhores. Shikidō (色道 – caminho da “cor”), ou caminho dos sentidos, modifica seus tons aristocráticos por volta de 1660 – 80, quando da ascensão econômica dos chōnin (町人 – citadinos). O número de yūjo (遊女 – “mulher entretenimento”) da mais alta categoria, tayū (太夫 – “primeiro grau”), decai, aparecendo em substituição mulheres hashi-jorō (端女郎 – “mulher do canto do aposento”) e kakoi-jorō (囲女郎 – “mulher cercada”), mais acessíveis, que passam a ser usufruídas em escala.

Apesar de estágios de decadência crescente, Yoshiwara foi fechada somente em 1956, tempo da ocupação americana.

Referências:

KOMATSU, Keibun. Iro no jiten (Dicionário de erotismo). Tokyo: Bungeisha, 2000.

SEIGLE, Cecilia Segawa. Yoshiwara – the glittering world of the Japanese courtesan. Honolulu: University of Hawai’i Press, 1993.

LONGSTREET, Stephen & Ethel. Yoshiwara – the pleasure quarters of old Tokyo. Tokyo: Charles E. Tuttle Co. & Yen Books, 1988.

NISHIYAMA, Matsunosuke. Edo culture: daily life and diversions in urban Japan, 1600-1686. Tradução: Gerald Groemer. Honolulu: University of Hawai’I Press, 1997.

ONO, Tadao. Yūjo to kuruwa no zushi (Pinturas de yūjo e kuruwa). Tokyo:  Tenbōsha, 1984.