Shunga (春画 – pintura-primavera) é termo moderno referente a pinturas e estampas do gênero erótico produzidas entre os séculos XVII a XIX, ou seja, o intervalo que abarca o período Edo (1603-1868) de dominação política da Casa Tokugawa. Produção prolífica, a representação dos caminhos do amor compreende um amplo painel de usos e costumes de profissionais das áreas-de-prazeres e de teatro e de amadores de várias categorias sociais, jovens e velhos, homens e mulheres, rapazes e crianças. A poética abarca, do amor, uma variedade de caminhos refinados, vulgares, grotescos, fantasmagóricos, em uma multiplicidade de recursos estilísticos e retóricos e se apropria de poemas e narrativas de várias épocas. A produção ocorreu em pinturas em rolo, rolos verticais, álbuns, estampas soltas, livros encadernados. Chamadas warai-e (笑絵 – “pintura-de-rir”), makura-e (枕絵 – pintura-de-travesseiro), entre outras denominações do período, a representação erótica, quando censurada pelo xogunato, assim o foi por motivos políticos (o poderio da classe comerciante e seu caráter jocoso) e não de moralidade religiosa.

Referências:

BUCKLAND, Rosina (Org.). Shunga: erotic art in Japan. London: The British Museum Press, 2010.

CORDARO, Madalena N. Hashimoto. A erótica japonesa na pintura e na escritura dos séculos XVII a XIX. São Paulo: EDUSP, 2017, 2 vls.

HAYAKAWA, Monta. Peculiaridades das pinturas eróticas do mundo flutuante [shunga ukiyo-e]. Tradução: Madalena N. Hashimoto Cordaro. Estudos Japoneses, São Paulo, n. 26, p. 9-24, 2006.