Tópica derivada de yūgei (遊芸 – “artes do entretenimento”), é sua personificação; bijinga (美人画 – “pintura de figura bonita”) não é representação de uma determinada mulher: é a pintura de personas bonitas, em geral ligada às áreas de prazeres, embora muitas sejam nomeadas posteriormente e representem kanban musume (看板娘 – “moças de anúncios e placas”). Referem no início a maravilhosas yūjo (遊女 – “mulher entretenimento) e yakusha (役者 – “ator”); estes últimos como bijin (美人 – “pessoa bonita”) somente em papéis femininos jovens, ou como wakashu (若衆 – “jovem moço”). As pinturas de figuras do teatro kabuki em geral são designadas yakusha-e (役者絵 – pintura de ator).

Enunciando-se tecnicamente, as “pinturas de figuras-bonitas” são, pode-se compreender, mitate (見立), substituição ou metáfora, no caso de damas da corte do período Heian (794-1185). Inicialmente sedutoras figuras altivas no período Kanbun (1661-1672), modificam-se continuamente, chegando a mostrar aparência de violência explícita e sedutora, ou a conter, no olhar intenso, no desalinho da cabeleira, nas posições dinâmicas, no desenho muito ornado de kimonos e penteados, o mesmo sentido da erótica shunga.

O cultivo da tópica continua com o advento da fotografia, dando origem ao  buromaido (ブロマイド, sonorização nipônica de bromide, brometo em inglês), desta feita para os fãs de atrizes, atores, dançarinos, lutadores de sumō.

Referências:

HASHIMOTO CORDARO, Madalena Natsuko. Pintura e escritura do mundo flutuante: Hishikawa Moronobu e ukiyo-e Ihara Saikaku e ukiyo-zōshi. São Paulo: Hedra, 2002.

HASHIMOTO CORDARO, Madalena Natsuko. Ukiyo-e: pinturas do mundo flutuantes. São Paulo: IMS, 2008, 2 vols.

ONO, Tadao. Yūjo to kuruwa no zushi (Pinturas de yūjo e kuruwa). Tokyo:  Tenbōsha, 1984.