Gênero cinematográfico que traz melodramas que ambientam o mundo contemporâneo e são derivados do teatro shinpa (新派 – nova escola) , em oposição à “velha escola” do kabuki.
O shinpa nasceu em 1888 e logo estabeleceu um repertório de melodramas baseados em histórias contemporâneas. Algumas das suas peças mais famosas foram adaptadas para o cinema, no início das produções cinematográficas do gendaigeki. Os filmes quase sempre se dividiam em tragédias e comédias. Dessa forma, a principal característica do gênero é justamente trazer histórias ambientadas no cotidiano do mundo moderno.
O gendaigeki (現代劇 – drama contemporâneo), junto com um outro gênero chamado jidaigeki, forma a principal dualidade dos gêneros cinematográficos no Japão. O que se tem a partir disso são subgêneros que se encaixam dentro dessa estrutura, dando origem a uma imensa subclassificação no cinema japonês. Entre os diversos subgêneros, destacam-se, por exemplo, o kwaidan (filmes sobre fantasmas), o chanbara (filmes de samurai), o geki eiga (filmes de guerra ficcionais), de tese (críticas sociais), sobre o universo yakuza (yakuza eiga), filmes sobre os efeitos da bomba atômica, os kaiju eiga (de monstro como, por exemplo, Godzilla), os shomingeki (dramas sobre o povo), filmes sobre crianças, a juventude, dentre tantos outros subgêneros cinematográficos.
Exemplos de filmes do gênero gendaigeki:
- Era uma vez em Tóquio (Tōkyō monogatari, 1953) de Yasujiro Ozu (1903-1963);
- Viver (Ikiru, 1952) de Akira Kurosawa (1910-1998);
- Quando a mulher sobe a escada (Onna ga kaidan wo agaru toki, 1960) de Mikio Naruse (1905-1969);
- Flor Seca (Kawaita hana, 1964) de Masahiro Shinoda (1931-);
- Assunto de Família (Manbiki kazoku, 2018) de Hirokazu Koreeda (1962-).
Referências:
NOVIELLI, Maria Roberta. História do Cinema Japonês. Tradução de Lavínia Porciúncula. Brasília: Universidade de Brasília, 2007.
RICHIE, Donald. A Hundred Years of Japanese Film. New York: Kodansha USA, 2012.