Na hierarquia da categorização das yūjo (遊女 – “mulher entretenimento”), oiran (花魁 – “flor primeira”) são as mais altas. O termo parece ter se originado da abreviação do chamamento das meninas aprendizes à sua “irmã” mais velha, instrutora e protetora: oira no oneesan (“minha mana mais velha”). No período Edo, é também chamada tayū (太夫 – “grau maior”), uma posição derivada de cargos burocráticos desde os anos da corte de Heian (794 – 1185). De acordo com a época e o local, variam as denominações. Para se ter ideia da hierarquia, em 1689, entre o número total de 2.778 yūjo, existiam apenas três tayū.

Ao tempo de Moto-Yoshiwara, a primeira Yoshiwara, há cinco classificações de jorō (女郎 – “mulher boa”), termo genérico das mulheres profissionais, em ordem ascendente: kirimise jorō (切見世女郎 – “mulher boa comprada por hora no mostruário”), hashi-jorō (端女郎 – “mulher boa do canto da habitação”), tsubone-jorō (局女郎 – “mulher boa possuidora de habitação”), kōshi-jorō (格子女郎 – “mulher boa da treliça”) e tayū (太夫).

No período Genroku (1688 – 1703), mantêm-se as cinco categorias, mas com variações: kirimise-jorō (grafado com outros ideogramas: 切店女郎 – “mulher boa comprada por hora na loja”), baicha-jorō (俳茶女郎 – “mulher boa de haikai e cerimônia do chá”), sancha-jorō (散茶女郎 – “mulher boa do chá em pó”), kōshi-jorō (格子女郎 – “mulher boa da treliça”) e tayū (太夫).

No período Kansei (1789-1800) são seis classes: kirimise-jorō (切店女郎 – “mulher boa comprada por hora na loja”), heya-mochi-jorō (部屋持女郎 – “mulher boa possuidora de quarto”), zashiki-mochi-jorō (座敷持女郎 – “mulher boa possuidora de sala de entreter”), tsuke-mawashi-jorō (附廻女郎 – “mulher boa que dá voltas”), hirusan-jorō (昼三女郎 “mulher boa de três minutos no dia [e noite]”), yobi-dashi-jorō (よびだし, 呼出し, 呼び出し女郎 – “mulher boa que chama”).

Além das referidas, no segundo nível existem outras denominações consoantes a épocas e lugares. Com o estabelecimento de áreas de prazeres não oficiais, a hierarquia sofre revezes e os termos geisha, oiran e jorō se generalizam e se embaralham suas funções.

Referências:

KOMATSU, Keibun. Iro no jiten (Dicionário de erotismo). Tokyo: Bungeisha, 2000.

ONO, Tadao. Yūjo to kuruwa no zushi (Pinturas de yūjo e kuruwa). Tokyo: Tenbōsha, 1984.

LONGSTREET, Stephen & Ethel. Yoshiwara The pleasure quarters of old Tokyo. Tokyo: Charles E. Tuttle Co. & Yen Books, 1988.

SEIGLE, Cecilia Segawa. Yoshiwara – the glittering world of the Japanese courtesan. Honolulu: University of Hawai’i Press, 1993.

SWINTON, Elizabeth de Sabato (org.). The women of the pleasure quarter – Japanese paintings and prints of the floating world. New York: Worcester Art Museum, 1996.