Abreviação de modern girl (モダンガール ), surge durante a era Taishō (1912-1926) no contexto após a Primeira Guerra Mundial, com a emergência de uma nova representação da mulher no interior da classe japonesa trabalhadora. Impulsionadas pelos ares da modernidade e sob a influência das flappers estadunidenses e das garçonnes francesas, as moga se opuseram às concepções tradicionais de beleza e de comportamento feminino.
Conhecidas por serem ávidas consumidoras de produtos e de ideais estéticos ocidentais, ganharam poder de compra através do trabalho urbano e, assim, puderam reivindicar o direito e acesso a práticas e locais antes restritos unicamente aos homens. Liam as revistas de moda mais recentes, usavam vestidos e penteados ocidentais, maquiavam-se, dançavam ao som do jazz e do Charleston e, por vezes, eram vistas fumando.
Seu grande feito foi o de tornar a modernidade visível e performática, rompendo com inúmeros estereótipos engendrados na sociedade japonesa. Um exemplo clássico de moga é a personagem Naomi, protagonista do romance Amor Insensato (痴人の愛), de 1924 (traduzido no Brasil em 2004) de escrito por Jun’ichirō Tanizaki (1886-1965).
Referências:
EBREY, Patricia B.; WALTHALL, Anne. Modern east Asia from 1600: a cultural, social, and political history. Boston: Wadsworth Cengage Learning, 2014.
FREEDMAN, Alisa; MILLER, Laura; YANO, Christine R. Modern girls on the go: gender, mobility and labor in Japan. Stanford, Calif: Stanford University Press, 2013.
SLADE, Toby. Japanese fashion: a cultural history. New York: Berg, 2009.