Neste sábado dia 24/04, o artista multimídia Dudu Tsuda apresenta mais uma parceria com o artista, músico, curador e pesquisador Marcus Bastos dentro da programação do festival Música Estranha 8 1/2.
“Silêncios é a primeira experiência que faço com Dudu Tsuda de intervenção urbana, após uma parceria que se iniciou em 2009 com a criação, desde então, de 3 performances audiovisuais que foram apresentadas em festivais por todo o Brasil. O processo de criação foi um desafio, pois nos obrigou a sair da zona de conforto e encontrar novos modos de formular nossas inquietações”, coloca Bastos.
A dupla apresentará parte do processo criativo da intervenção urbana cíbrida “Silêncios”, que será realizada na nona edição do festival em novembro. Como parte do processo, os artistas conversaram com os pesquisadores Michiko Okano, Fernando Fogliano e Rogério da Costa, sobre temas como morte, espiritualidade, necropolítica, fluxo informacional e o termo cultural japonês Ma.
“Nosso processo criativo tem crescido muito em complexidade na medida em que adentramos nas entrevistas que nos propusemos a fazer. Para esta primeira fase do projeto, conversamos com três pesquisadores cujas abordagens teóricas e históricas foram fundamentais para o nosso trabalho. Nessas conversas informais e descontraídas tocamos assuntos que nos norteiam e nos circundam”, pontua Tsuda.
Dessas conversas produziram três episódios de um documentário experimental e processual que serão apresentados no dia, entremeados por uma conversa calorosa e riquíssima em referências e reflexões com a artista, curadora e pesquisadora Patrícia Moran.
“Silêncios” é uma obra pensada para duas realidades na sua concepção, espaço público e internet, e por isso tão provocante na forma como concilia conceitos e técnicas de diferentes modalidades artísticas.
“O caminho encontrado foi explorar uma rede de transmissões, em que uma imagem de um gongo colocado no espaço público seria captada em tempo real e retransmitida várias vezes, explorando os atrasos e perdas de qualidade no vídeo resultantes. Os processos de delay são um dos interesses de nossa pesquisa, e desta forma encontramos uma maneira de produzir um delay resultante da latência das redes, transformando em procedimento online algo que nos inquietava nas pesquisas com instrumentos e softwares que sempre fizemos”, complementa Bastos.
Para além do trabalho de Tsuda e Bastos, serão apresentados também os processos criativos das obras da dupla Paula Garcia e Virgínia de Medeiros, e dos coletivos A.cinema (Dino Vicente, Rodrigo Gontijo e Sérgio Basbaum) e Capim Novo. São ao todo 3 projetos com esta mesma natureza cíbrida – hibridismo com o ciberespaço – que perpassam as duas edições do festival, a 8 ½, agora neste final de semana, e a nona, prevista para novembro. Confira a programação completa no site.
O que: intervenção urbana “Silêncios”
Onde: Festival Música Estranha
Quando: 24 de abril, às 18:00