No Japão, taiko (太鼓 – tambor) refere-se aos diversos formatos de tambores ou membranofones que compõem uma significativa diversidade de estilos, tamanhos, características e sonoridades. A sua existência é muito antiga e seu uso isolado sempre esteve presente em diversas manifestações sociais, religiosas e culturais nipônicas desde o período Jōmon (10.500-300 a.C), seja nos rituais destinado à conexão com o divino, na guerra, nas artes e danças clássicas nō (能), kabuki (歌舞伎), bugaku (舞楽), em cerimônias budistas, nas tradicionais músicas folclóricas, etc. Já o taiko contemporâneo (ou 組太鼓 – kumi-daiko) desenvolveu-se somente nos anos subsequentes ao fim da Segunda Guerra Mundial, precisamente em 1951. O músico de jazz japonês, Daihachi Oguchi (1924-2008), criou um estilo de apresentação que juntava diversos instrumentos de percussão, fue (笛 – flauta) e narimono (鳴り物 – instrumentos musicais auxiliares) – tal como uma orquestra -, transformando o taiko em uma arte de caráter performática.
Referências:
AHLGREN, Angela K. Drumming Asian America: taiko, performance, and cultural politics. New York: Oxford University Press, 2018.
BENDER, Shawn. Taiko boom: japanese drumming in place and motion. Berkeley: University of California Press, 2012.
GARCIA, Rafael Mariano. O corpo na arte do taiko contemporâneo. São Paulo: Annablume, 2022.
MOGI, Hitoshi. Nyûmon nihon no taiko: minzoku, dentō soshite nyuuweebu (入門 日本の太鼓―民俗、伝統そ してニューウェーブ) (Um manual de taiko japonês: folclore, tradição e new wave). Tokyo: Heibonsha, 2003.