Palavra formada pela adição dos ideogramas 余 (sobrar) e 白 (branco). e. Significa, portanto, o espaço branco remanescente em relação à figura ou escrita numa pintura tradicional ou caligrafia japonesas. Muitos pesquisadores traduzem como “espaço negativo” (negative space, em inglês). Contudo, para o artista Lee Ufan (1936-), não basta ser apenas a parte branca não pintada da folha de papel ou da tela, mas é essencial que haja uma “vibração dinâmica” na sua relação com a figura. Observa-se aqui uma interconexão entre as duas partes, em uma forma de ver não hierarquizada, não dualista, potencializando o espaço não ocupado pela tinta que permite trazer uma outra visualidade do olhar para com a imagem. Além do mais, olhar e perceber o espaço branco não ocupado, o entre-espaço, o fundo das figuras, o entorno da escultura, o quadrinho vazio do mangá, o silêncio entre as palavras ou a cena intervalar totalmente preta de um filme traz uma visibilidade, que é o espaço da mente que estabelece as ricas correlações e que dialoga com o ma.
Referências:
IZUTSU, Toshihiko. The Elimination of Colour in far Eastern Art and Philosophy. In: OTTMANN, Klaus (ed.). Color symbolism: six excerpts from the Eranos yearbook 1972. Dallas: Spring Publications, 1977. P. 167-195.
LEE, Ufan. Yohaku no geijutsu (余白の芸術 – “A arte do yohaku”). Tokyo: Misuzu Shobō, 2014.